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Arquivo para agosto, 2015

Aquarela VI

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Pela minha janela

quando a noite acorda

e luzes vívidas espalham-se

em direção à profundidade escura

do horizonte

tenho a cidade a meus pés

tudo muda

quando o dia amanhece e

pela minha janela

fico à mercê da cidade

com sua claridade cambiante

de cores típicas

que nunca são as mesmas

vez ou outra a amplitude do céu

serena imutável

altera-se

por conta de elementos dissonantes

nuvens chuva raios bruma

pássaros em voo tão próximo

aviões de carreira

que sulcam trilhas retilíneas

metalicamente brilhantes

pela minha janela

aprecio os tons esmaecidos

do poente

o nascente vibrante

um quadro mutante

uma obra aberta

uma pintura sempre renovada

uma sinfonia

que enche minha casa

de intangível beleza

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