Prosa, poesia, conexões quânticas, dicas de redação e de leitura, comentários, reflexões… Palavras em infinito movimento!

Arquivo para maio, 2009

Tempos modernos… Bip!

Hoje tudo começa ou continua ou se expressa por meio de barras numéricas. Um bip contido e pronto. Parece mágica e aparece na tela o preço da peça. Menos dinheiro no bolso, mas quanta rapidez, presteza. Depressa.

Depois, vêm os outros caixas, com os quais se conversa intimamente, olho no olho, eletrônico. Não erre, não pense, não esqueça. Seja tão automático quanto o relacionamento. Lembre-se da senha…bip…e dos dados…bip, bip…que asseguram que aquela combinação numérica é a correta.

Memorize, não escreva, não deixe jamais que alguém veja a sua senha, senhas, pois há muitas, em demasia, no seu caminho já sem pedras, mas repleto de chips supersônicos.

Se há muitas, não as repita, não facilite, seja criativo e, por favor, nunca, jamais, se confunda. Esse mundo clean, de números exatos, exige muito. Data de nascimento, essa é fácil! Carteira de identidade, esse é pequeno, comparado ao do CPF, aquele do contribuinte…bip, bip…controlado.

Na internet, cuidado, use com cautela cartões de crédito, de débito, boletos bancários. São muitos os números a afogá-lo, podem ser clonados, copiados, podem deixá-lo louco ou, simplesmente, endividado.

E ao telefone, costumeiramente amigável, memorize outros números, que lhe dão acesso aos recados, esclarecimentos, soluções, e não se envergonhe de responder, por um lapso de sua educação à moda antiga, ao cumprimento da atendente eletrônica que, além de não corresponder à sua cordialidade démodé, vai colocá-lo em contato com outra imensa, infinita, imemorável carreira de números. Acesse 1 para…, 2 para… e assim vai, num crescendo de expectativa, pois nem sempre naquela lista está o que se precisa. Às vezes, no fim do túnel desses tempos modernos, encontra-se, como água no deserto, uma possibilidade de voz humana: “Acesse o 9 para falar com um de nossos atendentes…”. Então…bip, bip…aguarde.

Antes disso, porém, você precisará ter se lembrado de sua senha, ter teclado certo todos os números existentes em seu cartão de plástico e, talvez, os do RG e CPF, para, quando for atendido, por medida de segurança, lembrar a data de seu aniversário e remoer seu passado, trazendo à tona o nome do pai, da mãe e de um espírito que precisa ser santo, para se recuperar ileso de tanto martírio – pelo menos, eis a compensação – contemporâneo, na moda, absolutamente fashion!

Criatividade, sempre ao nosso alcance

Em linhas gerais, criatividade é a forma que cada um encontra para solucionar os problemas do dia a dia. Os problemas podem ser mais ou menos complexos, e os recursos, disponíveis para solucioná-los, os mais adequados ou não. A criatividade está, justamente, em utilizar com inventividade esses recursos, de forma a encontrar a melhor solução, naquele momento, para o problema. Estilo MacGyver*, quem se lembra dele?

Assim, criatividade significa, basicamente, nossa capacidade de improvisar, de inventar e de organizar os recursos disponíveis de uma maneira diferente, original, que tenha a nossa marca. Até para fazer um almoço!

Ser criativo não depende de nada externo a nós, mas simplesmente da capacidade de sentir e de pensar, inerente ao ser humano. Portanto, a famosa e desestimulante frase: “Eu não sou criativo”, é apenas um mito.

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Como comentou o publicitário Roberto Menna Barreto: “Criatividade é como barba. Você só a terá se deixá-la crescer.” Além de tudo, ser criativo é prazeroso, como confirma Roger von Oech, um especialista no assunto: “Ser criativo é muito gostoso. O pensamento criativo pode ser encarado como o sexo de nossa vida mental.”

Estimulante, não? E estímulo é a palavra certa quando se trata de “despertar” nossa criatividade adormecida ou confinada, por nós mesmos, à solidão.

Quando não estimulamos nossa criatividade, ficamos pobres de ideias e, como bem identificou o filósofo Emile Chartier: “Nada é mais perigoso do que uma ideia, quando ela é a única que você tem.”

           

“Livre pensar é só pensar.”

Millôr Fernandes

 

Nossa criatividade precisa ser estimulada constantemente, para estar bem “desperta” quando precisarmos dela. Há várias formas de fazer isso. A principal é desafiar-se cotidianamente.

 

Desafiar-se a quê?

A olhar as mesmas coisas sob perspectivas diferentes;

A improvisar, sempre que possível;

A formular perguntas sobre o que é considerado líquido e certo;

A formular respostas diferentes para perguntas corriqueiras;

A quebrar rotinas;

A fantasiar sobre a realidade;

A expressar ideias de forma cada vez mais plena;

A inventar novos desafios.

 

Na expressão de ideias por escrito, criatividade é fundamental. Isso porque escrever é sempre um desafio instigante e os recursos, disponíveis para resolvê-lo, infinitos.

 

* Conhecida no Brasil como Profissão: Perigo,  a série de televisão, cujo título original é MacGyver, nome do protagonista, interpretado por  por Richard Dean Anderson, foi exibida entre os anos 1980 e 90. MacGyver era um agente secreto diferente, que não usava armas e resolvia os seus problemas graças a muita criatividade e engenhosidade, e, claro, ao seu inseparável canivete(as informações são da Wikipédia).

A arte de viver, segundo Anselm Grün

Alguns pensadores do mundo contemporâneo são, para mim, filósofos da Nova Era. Seu pensar pode ter como fundamentação um viver religioso, como é o caso de Anselm Grün, 64 anos, doutor em Teologia e administrador da abadia beneditina de Münsterschwarzach, Alemanha. Ou não.

As origens desses novos pensadores são muito diversas, mas têm, como ponto comum – e aí vinculam-se aos primeiros filósofos de que temos notícia, os gregos da Antiguidade – a perspectiva “panorâmica” na forma de refletir sobre a vida.

Assim como os gregos antigos, os filósofos da Nova Era incluem em suas reflexões o concreto (a matéria, o que se pode medir, pesar etc.) e o abstrato (a energia, o espiritual, o que não se pode ver, mas sim sentir, intuir etc.).

Todos eles, filósofos da Nova Era, buscam mostrar o caminho do autoconhecimento e como, por meio dele, podemos viver melhor, ser mais felizes e, assim, contribuir de forma positiva para o mundo.

Olivrodaartedeviver150O Livro da Arte de Viver, de Anselm Grün, publicado pela Editora Vozes, é uma conversa, essencialmente carinhosa, feita de muitos temas e de pequenos tópicos, quase crônicas. Grün comenta sobre a felicidade e a importância de sermos o que de fato somos; sobre a busca da profundidade em todos os relacionamentos e a confiança no amor; sobre transformação, anseios e o viver – “viva em vez de ser vivido”, alerta. Também recomenda: “Aceite-se. Seja bom para você mesmo.”

Veja um trecho:

“O cerne da felicidade

Na minha juventude procurei imitar pessoas célebres. Queria ser tão erudito e tão perspicaz como o grande teólogo Karl Rahner e meu sonho era cantar tão bem como o brilhante tenor Fritz Wunderlich.

(…)

Hoje agradeço pelo que sou. Ainda me vêm à cabeça pensamentos como: ‘Gostaria de saber formular as questões tão bem quanto o fez Santo Agostinho’. Ou: ‘Oxalá eu conseguisse nas conversas manifestar meu pensamento com a mesma clareza que meu supervisor’. Quando percebo isto, procuro ficar comigo e dizer a mim mesmo: ‘Eu sou eu. E está bom assim como sou. Faço aquilo que estiver ao meu alcance’.

Quando consigo ficar totalmente em sintonia comigo mesmo e aceitar agradecido as capacidades que Deus me concedeu, mas ser grato também pelos limites que experimento, então pressinto de certa forma o que é a verdadeira felicidade. E mais: posso dizer a meu respeito que sou feliz. Está bom assim como está.

Sento-me despreocupadamente, respiro cadenciadamente e tenho prazer em sentir a vida, em perceber minha unicidade. Degusto a vida, saboreio a felicidade. Não preciso mudar nada com violência ou teimosia, não preciso trabalhar sempre duro em mim mesmo. Sou aquele que sou, incondicionalmente confirmado por Deus que me criou, formou e resguardou em seu amor. Então trago a paz em mim. Então tudo está bem.”

Anselm Grün

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Saiba mais!

Por que alguns sites não se destacam?

Tudo está correto e em seu devido lugar. É um site adequado ao propósito de marcar presença na internet. Contudo, transformou-se numa ilha. Com tanta variedade em constante movimento no mundo virtual, quem pararia para conhecer uma ilha? Ou, sem novidades por longo tempo, quem voltaria a visitá-la?

Conta com muitos recursos – fórum, chat, vídeo, notícias… – pois quer estar presente em muitos lugares, relacionar-se com muitos públicos. É um site com potencial para alcançar esses objetivos, mas sua última atualização data de um ano atrás. Quem confiaria em um site que não atualiza suas informações?

Tem propostas interessantes e sabe se relacionar bem com os vários públicos de interesse. Os textos, no entanto, estão muito mal escritos; as informações, confusas; as propostas comerciais e as chamadas de propaganda revelam-se soltas, desconectadas e, por isso mesmo, ineficazes. Quem optaria por fazer compras aí, enquanto há outro site, com ofertas similares, em que tudo está muito bem explicado, a navegação é fácil e a satisfação, para o cliente, de atingir seu objetivo de compra ou de pesquisa foi plenamente atendida?

Esses são apenas alguns casos de pouco ou mau aproveitamento dos recursos propiciados pela internet. A tecnologia multifacetada disponível na rede assusta e intimida. São muitos os caminhos e, consequentemente, as possibilidades de “dar com os costados” em lugar nenhum.

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Fundamental, portanto, que se tenha uma boa bússola, a do bom senso, e que se conte com um bom “navegador”, um profissional  que pode identificar necessidades de comunicação, públicos importantes para o relacionamento da empresa, e que saiba orientar sobre recursos e conteúdos mais adequados à área de atuação da organização.

Sou especialista nesta área. Conheça meus serviços e como me contatar, clicando em Perfil profissional.

Wall-E e o respeito pelos frutos da civilização

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Evolução? Não há como negar.

Estou aqui, frente à uma tela de computador, redigindo um blog, que vai ser lido por não sei quantas pessoas. Estou aqui, em conexão com o mundo, e apenas preciso digitar palavras soltas ou inter-relacionadas em um teclado. Se quero fotos, basta buscar. Se quero sons, basta “baixar”. Se quero imagens em movimento, deve haver um meio de obtê-las. Sempre há. Se quero pagar uma conta, vou ao banco sem sair da minha cadeira. Se quero mandar mensagens, os Correios ficam em frente, mas não preciso ir até lá, mando um e-mail. Se quero notícias, diversão, bate papo, é só fazer a conexão. Com Londrina, Paraná, Brasil? Com a China? Com o Japão? Não sei a língua, mas há tradução automática e mesmo um mau inglês pode ser uma boa solução.

Rádio, tevê, cinema, nada passou. Ao contrário, todas as mídias evoluíram, de um jeito ou de outro. Mas nada são sem o computador, o mundo virtual, o reinado da tecnologia quântica, para o qual migraram ou tendem a migrar, gostem ou não. Tudo está aqui, à mão, à distância de um toque. Podemos nos expressar individualmente, em grupo, em fórum. Dar nossa opinião. Tornarmo-nos celebridades e nem tão efêmeras assim. Quem sabe não estamos naquele vídeo mais acessado? Ou filmamos aquela cena ou fotografamos aquela imagem, ambas – cena e imagem – que vão nos tornar conhecidos no mundo virtual ou real, quem se importa? Tivemos uma ideia. Ela rende. Então, acabamos virando os mais novos milionários do planeta. Consumimos mais, poluimos mais, divertimo-nos mais… É isso?

A tecnologia é fascinante. Confortável, libertadora e inesgotável. Mas será que tem direção? Ou melhor, será que ela precisa de direção? De princípios, talvez? Quem sabe, não precise de nada e eu é que estou procurando a saída de emergência, quando não há a menor necessidade de algum escape. Só que o homem – por trás dessas máquinas cada vez mais fantásticas – continua em guerra, consigo mesmo e com o outro. E infeliz, na maior parte do tempo. Isso é tudo o que conseguimos?

Interessante, para reflexão, assistir Wall-E, uma produção da Pixar (Disney), com roteiro e direção de Andrew Stanton, ganhador do Oscar de melhor animação de 2008 (disponível em DVD).

A história é sobre evolução tecnológica e poluição. Enquanto os humanos escapam de um mundo tornado inabitável por causa do lixo acumulado, embarcando em um cruzeiro de longuíssima duração pelo universo, Wall-E, um dos robôs encarregados da limpeza do planeta, vai ficando e acaba se tornando o último representante na Terra de nossa civilização. E se sai muito bem.

Não só cuida de si mesmo, mantendo-se ativo pelo autoconserto e pela exposição regular ao sol (para recarregar a bateria), como, ao realizar o seu humilde trabalho, demonstra carinho por tudo o que encontra, seja uma lâmpada, um cubo mágico, uma planta.

A receita de Wall-E é bem simples: respeito. Respeito pelo que somos, pelo outro, pelo planeta… Será que não é disso que  nossa evolução anda precisando?

Comunicação no século XXI

Pode ser que nós, envolvidos como estamos em um mundo em rápida transformação, não tenhamos nos dado conta, mas de fato estamos todos interligados. Não mais a informação represada em nichos de poder e, por isso, passível de manipulação. Não mais uma mídia – conglomerados jornalísticos, rádio, tevê… – em destaque, sugerindo o ritmo de “como falar” com os públicos de interesse, de forma massiva ou segmentada. Não mais um interlocutor indistinto, perdido na multidão, absorvendo a “orientação” do que se considera melhor para ele.

Nesse início de um novo século, a internet galvanizou os interesses globais e misturou tudo o que estava separado, fazendo migrar para a rede – como garantia de sobrevivência – a informação segmentada. O interlocutor indistinto ganhou corpo e voz e é dele agora que parte a “orientação” do que absorver em termos de informação. E tudo está, sob sua perspectiva, a um toque de dedo, a um deslizar do mouse, ao seu comando.

Transparência, confiabilidade, conteúdo e consistência são algumas palavras de ordem dessa nova era da comunicação, quando todos falam com todos, de forma dinâmica, interativa e em tempo real. Destacam-se aqueles que utilizam esses recursos com bom senso, qualidade e “espírito” de navegador português do século XV. “O que será que nos espera mais adiante?”, ele diria, com receio do desconhecido, mas também com a curiosidade pelo ainda nunca visto.

NavegadorportuguesVasco

“Navegar é preciso…” seria, sem dúvida, sua divisa, que podemos com naturalidade voltar a utilizar, seis séculos depois!